domingo, 27 de outubro de 2013

Oi, Tempo.

O Tempo passa. Rápido demais. Com pressa de chegar. Com pressa de partir. Dia após dia. Mês após mês. Ano após ano. Sem nos dar chance de respirar, de saborear cada momento, de ir com calma. O Tempo passa trazendo mudanças, tomando novos rumos, criando novos hábitos, trazendo novas companhias. E ele não espera por ninguém...
O Tempo voa com suas asas como as de um anjo. Tanto que o Tempo em um de seus voos levou com ele minha memória, roubou de mim os detalhes que eu tentava guardar a sete chaves dos momentos que passei com ela. 
Eu só queria conseguir me lembrar da sua voz chamando meu nome. Queria dormir todas as noites ouvindo sua risada. Queria ainda encontrar em todos os rostos seu sorriso, como eu fazia nos primeiros meses. Porque apesar da saudade apertar, era um sinal  de que ela estava por perto, sorrindo para mim através de outras pessoas. Era mais uma prova que a sua vida foi real e não um sonho meu. 
Mas, ó Tempo, o Tempo não quer ser meu amigo e quando tentei encontrá-lo para lhe pedir de volta as memórias que me pertenciam, o Tempo correu com pernas muito mais longas que as minhas. Ele correu para o futuro, quando tudo o que eu queria era alguns segundos do passado. Porém, enquanto corria, o Tempo me disse "Menina, você está enganada. Eu sou o Tempo, só sigo em frente. Procure o Curupira, pois é ele quem anda pra trás".

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Success

To laugh often and much to win the respect of intelligent people and affection of children; to earn the appreciation of honest critics and endure the betrayal of false friends; to appreciate beauty, to find the best in others; to leave the world a bit better, whether by a healthy child, a garden patch or redeemed social condition; to know even one life has breathed easier because you have lived. This is to have succeeded.


- Ralph Waldo Emerson

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Silence Of The City

Quando a noite caia, ela se via no silêncio em que sua mente podia viajar. O silêncio de uma cidade que nunca dormia era o simples barulho do vento, o balançar das folhas nas árvores, os pneus girando no asfalto que não veem a hora de chegar em casa. Sem buzinas, sem televisões ligadas em seus programas sensacionalistas, nem celulares tocando a cada 5 minutos. Naquele silêncio, ela ouvia a respiração profunda de quem havia adormecido no quarto ao lado, a única certeza de que não estava sozinha e de que outros corações batiam próximo ao dela.
Apesar da solidão da noite, aquele era o momento pelo qual ela ansiava enquanto via o sol brilhar e realizar sua rotina, nascendo e morrendo, dia após dia, acompanhando toda a agitação que as vidas aceleradas criavam para aquele curto período de tempo, vivendo sem parar pra pensar, morrendo sem parar de respirar. Enquanto eles desejavam dias mais longos para que todas suas inutilidades fossem feitas, ela esperava que o dia terminasse o quanto antes. Ela sempre espera que o dia termine.
Ao ver o sol se pôr, mal podia esperar para estar sozinha com sua verdadeira amiga, que podia não estar sempre ali – afinal, nem o amigo mais fiel está sempre presente. No entanto, na maioria das noites a acompanhava com toda sua beleza e majestade. E ali, sentada na janela do oitavo andar, sendo iluminada pela lua, ela passava as noites em claro, vivendo como ninguém vivia, viajando por entre as estrelas mais distantes, encontrando sua paz no breu da noite e no silêncio, no silêncio daquela cidade que nunca se calava...