Tenho, dentro de mim, milhões de pensamentos e
palavras, opiniões e comentários, ideias e cenários. Fabrico em minha mente
cenas que nunca irão acontecer. Invento falas, personagens e personalidades.
Faço momentos como quem escreve uma história, sendo que eu sou a personagem
principal. Na minha imaginação, eu posso tudo. Eu não tenho freios, porque quem
cria o que vem a seguir sou eu. Não haverão surpresas, medos nem decepções. Apenas os momentos criados que me fazem seguir em frente, em busca de um horizonte que escapa das minhas mãos a cada passo que eu dou.
Não, esta utopia não existe. Não criamos nem controlamos a nossa própria vida, ela depende das pessoas que estão ao nosso redor. Não possuímos uma mão invisível que possa controlá-las da maneira mais conveniente. Mas seguimos, criando estratégias para que tudo corra bem, para atingir aquela felicidade tão almejada. E por muitas vezes, conseguimos. Pena que um segundo de felicidade não implica toda uma eternidade feliz.
Um segundo feliz pode ser destruído em um milésimo de segundos. Decepções. A vida anda cheia delas que como fantasmas circulam pelo mundo fazendo de nós suas vítimas, às vezes nos atingindo fundo demais. Então vem o medo. Sim, o medo. O ser humano, que se orgulha tanto de ser racional, age como um ratinho assustado depois de se decepcionar. A razão funciona a mil por hora dentro de um corpo apavorado, buscando motivos, explicações e rotas de fuga. Porém, temos tampouco controle sobre o tempo e de repente, surpresa! Tudo muda e você se sente um bobo por perder preciosos momentos quebrando a cabeça, quando tudo o que bastava era esperar pra bela felicidade te encontrar outra vez. Ela vai, mas não demora a voltar.
A vida é uma montanha-russa na qual nos vendam os olhos. Não se sabe pra onde vai, nem como será. É pura surpresa. Altos e baixos. Frio na barriga. Medo. Mais surpresas. Adrenalina. E apesar de todos os gritos, sairemos dela felizes com vontade de viver mais uma vez...
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