De repente a vontade
de escrever me toca, mas não tenho palavras, não tenho motivos. Procuro alguma
poesia que possa me inspirar, leio de Mário Quintana a Clarice Lispector,
Carlos Drummond de Andrade a Cecília Meireles. Mas de uma maneira ou de outra,
não havia ali nenhuma palavra que eu quisesse ouvir. O que eu procurava ainda
não tinha nome, não tinha precedentes. Estava pensando em algo que pudesse
representar o que sinto, o que sou e ainda assim ser bom o suficiente para que
alguém pudesse ler, porque toda palavra escrita espera seu momento de ser lida. Meus pensamentos são traduzidos em palavras...
Um dia a gente
percebe que nem toda amizade dura para sempre, e que a maioria delas não
seguirá esse caminho. Devemos fingir que acreditamos em amigos para sempre para
que a situação fique confortável pelo tempo necessário. A verdade é que dói
acreditar o contrário enquanto seus supostos amigos estão presentes na sua
vida. Então, promessas são feitas, palavras são jogadas ao vento e acreditamos
em nossa própria ilusão.
É melhor praticar o
desapego, não deixar que os outros te machuquem quando partirem. Ficar de
consciência limpa e simplesmente seguir em frente. Nada (ou quase nada) dura
para sempre, tudo sempre chega ao fim, mais cedo ou mais tarde. É como se a
vida estivesse nos preparando para perdas, como se fossemos apenas uma parte do
jogo. Às vezes é mais fácil não entender, nada faz sentido, até que algo
especial te faça esquecer de tudo. Melhor um brilho que te cegue os olhos, do
que uma ilusão que te faça sofrer.
E assim, a vida
segue...
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